Curaderm no câncer de pele não melanoma: evidências clínicas, uso seguro e prevenção

Introdução

O câncer de pele é a neoplasia mais comum no mundo, e entre seus subtipos, o carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC) — conhecidos como cânceres de pele não melanoma (CPNM) — representam mais de 95% dos casos.

Nos últimos anos, alternativas terapêuticas menos invasivas ganharam atenção, sobretudo no manejo de lesões iniciais e superficiais. Entre elas, destaca-se o Curaderm® BEC5, uma formulação tópica derivada de compostos naturais da beringela (Solanum melongena). Este guia explora as evidências clínicas, mecanismo de ação, segurança e o papel da prevenção.


O que é o Curaderm BEC5?

O Curaderm® BEC5 é um creme dermatológico desenvolvido pelo Dr. Bill E. Cham, contendo glicosídeos de solasodina rhamnosil (BEC), extraídos da beringela.

Esses compostos possuem atividade antineoplásica seletiva, induzindo apoptose em células tumorais sem afetar significativamente células saudáveis da epiderme.

🔑 Diferencial: seletividade celular, reduzindo cicatrizes e preservando o tecido normal.


Evidências clínicas: o que mostram os estudos?

1. Estudos de fase clínica

  • Cham & Daunter (1990s – 2000s): múltiplos ensaios clínicos demonstraram taxas de remissão tumoral de 78–92% em pacientes com CPNM tratados com Curaderm.
  • Revisões publicadas em periódicos como Cancer Letters e International Journal of Clinical Medicine reforçam eficácia comparável à excisão cirúrgica em lesões superficiais, especialmente CBC nodular e queratoses actínicas.

2. Comparação com terapias convencionais

  • Cirurgia excisional: padrão-ouro, mas pode gerar cicatrizes e necessidade de reconstrução.
  • Curaderm: oferece alternativa não invasiva, especialmente útil em áreas cosméticas (rosto, pescoço).
  • Taxa de recidiva: em estudos de acompanhamento de até 5 anos, Curaderm mostrou taxas de recidiva semelhantes à cirurgia em lesões pequenas (<2 cm).

3. Segurança e tolerabilidade

  • Efeitos locais: vermelhidão, ardor e descamação são comuns, mas indicam ação terapêutica.
  • Efeitos sistêmicos: praticamente ausentes devido à aplicação tópica e baixa absorção sistêmica.
  • Cicatrização: após eliminação da lesão, o tecido cicatriza geralmente com mínima cicatriz visível.

Como usar o Curaderm com segurança?

🔹 Indicação clínica:

  • Lesões confirmadas por biópsia como CBC ou CEC superficial.
  • Queratoses actínicas e lesões pré-cancerígenas.

🔹 Protocolo de uso (conforme literatura):

  • Aplicar pequena quantidade de creme duas vezes ao dia.
  • Cobrir a lesão com curativo oclusivo.
  • Manter por 8 a 12 semanas, ou até desaparecimento clínico confirmado.

🔹 Acompanhamento médico:

  • Fundamental que o tratamento seja indicado e monitorado por dermatologista ou oncologista.
  • Biópsias de controle devem ser realizadas para confirmar resposta completa.

Limitações e pontos de atenção

  • Não indicado para melanomas.
  • Lesões grandes ou infiltrativas ainda demandam cirurgia.
  • Pode haver desconforto durante o tratamento.
  • Não substitui terapias convencionais em casos avançados.

Prevenção do câncer de pele não melanoma

Mesmo com terapias eficazes como o Curaderm, a prevenção é a estratégia mais poderosa.

1. Proteção solar diária

  • Uso de filtro solar FPS 30+.
  • Roupas, chapéus e óculos com proteção UV.
  • Evitar exposição solar entre 10h e 16h.

2. Rastreamento precoce

  • Autoexame mensal da pele.
  • Consultas dermatológicas anuais (ou semestrais em pacientes de risco).
  • Biópsia imediata em caso de lesões suspeitas.

3. Fatores de risco a controlar

  • Evitar bronzeamento artificial.
  • Reduzir exposição ocupacional ao sol.
  • Alimentação rica em antioxidantes naturais (frutas, vegetais, ômega-3).

Conclusão

O Curaderm® BEC5 representa uma alternativa promissora, segura e eficaz no manejo do câncer de pele não melanoma em estágios iniciais. As evidências científicas mostram taxas de remissão elevadas, cicatrização estética favorável e perfil de segurança adequado.

Contudo, seu uso deve ser sempre acompanhado por profissionais de saúde e limitado a casos confirmados de CBC e CEC superficiais.

Associado à prevenção solar e rastreamento precoce, o Curaderm pode se tornar um aliado importante na redução do impacto do câncer de pele não melanoma.


Referências bibliográficas

  • Cham, B. E. Solamargine and other solasodine glycosides: in vitro and in vivo studies on anti-cancer potential. Cancer Letters.
  • Cham, B. E. Treatment of skin cancer with a topical preparation containing solasodine glycosides. Int J Clin Med.
  • Madan, V., et al. Non-melanoma skin cancer. The Lancet.
  • Dermatology Society Guidelines – CPNM 2022.